Por Que Deixei o IPO do Circle

Lembro-me da noite em que li o arquivo S-1 do Circle — não com entusiasmo, mas com tristeza. Números limpos: 32 milhões de ações emitidas, 19,2 milhões vendidas por insideres, \(5,9 bi em caixa a \)31 por ação. Mas o mercado subiu para \(300 — iludindo um ganho não realizado de \)50 bi, escorrendo como areia entre os dedos. Não os culpo por saírem. Meu pai me ensinou: riqueza verdadeira é o que se mantém, não o que se imagina. O Circle construiu USDC como um altar monetário — lastreado 1:1, regulado, transparente — num mundo afogado em ruído cripto. Eles não perseguiram hype; construíram infraestrutura. Um fundo de reserva gerido pela BlackRock. Um protocolo transversal para desenvolvedores. Uma rede tecida com Visa e Mastercard. Mas aqui reside o paradoxo: quem entendeu o risco saiu cedo. Quem acreditou no futuro comprou no pico. Não sou anti-capitalista — sou pró-alma. O ativo mais perigoso não é a volatilidade — é a ilusão disfarçada de progresso. Quando cada token se torna moeda, quem define seu valor? A resposta não está nos algoritmos — está no silêncio após o sino tocar.